Lições
Bíblicas CPAD
Jovens e Adultos
Título: Vencendo as aflições da vida — Muitas são as aflições do justo,
mas o Senhor o livra de todas
Comentarista: Eliezer de Lira e Silva
Lição 13: A verdadeira motivação do crente
Data: 23 de Setembro de 2012
TEXTO ÁUREO
“Mas tu,
quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai,
que vê o que está oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará” (Mt
6.6).
VERDADE PRÁTICA
A verdadeira motivação do crente não está na fama ou no poder,
mas em viver para glorificar a Cristo.
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
Marcos
1.35-45.
35 - E, levantando-se de
manhã muito cedo, estando ainda escuro, saiu, e foi para um lugar deserto, e
ali orava.
36 - E seguiram-no Simão e os
que com ele estavam.
37 - E, achando-o, lhe
disseram: Todos te buscam.
38 - E ele lhes disse: Vamos
às aldeias vizinhas, para que eu ali também pregue, porque para isso vim.
39 - E pregava nas sinagogas
deles, por toda a Galileia, e expulsava os demônios.
40 - E aproximou-se dele um
leproso, que, rogando-lhe e pondo-se de joelhos diante dele, lhe dizia: Se
queres, bem podes limpar-me.
41 - E Jesus, movido de
grande compaixão, estendeu a mão, e tocou-o, e disse-lhe: Quero, se limpo!
42 - E, tendo ele dito isso,
logo a lepra desapareceu, e ficou limpo.
43 - E, advertindo-o
severamente, logo o despediu.
44 - E disse-lhe: Olha, não
digas nada a ninguém; porém vai, mostra-te ao sacerdote e oferece pela tua
purificação o que Moisés determinou, para lhes servir de testemunho.
45 - Mas, tendo ele saído,
começou a apregoar muitas coisas e a divulgar o que acontecera; de sorte que
Jesus já não podia entrar publicamente na cidade, mas conservava-se fora em
lugares desertos; e de todas as partes iam ter com ele.
INTERAÇÃO
A palavra vaidade no meio evangélico,
muitas vezes, é compreendida de maneira equivocada. Além de significar
biblicamente, e de acordo com Salomão, “tudo o que passa” (Ec 1.2; 12.8); a
palavra “vaidade” aponta para a ideia de hipervalorização pessoal: a busca
intensa de reconhecimento e admiração dos outros. É o desejo intenso do poder
pelo poder; das riquezas pelas riquezas; da fama pela fama. Isso sim, é o pleno
mundanismo batendo nas portas de muitos arraias evangélicos! Verdadeiramente,
essa não é a verdadeira motivação do crente. E muito menos a do Evangelho de
Jesus de Nazaré!
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·
Compreender qual deve ser a verdadeira motivação do crente.
·
Conscientizar-se de que não fomos chamados para a fama.
·
Saber que o anonimato não é sinônimo de derrota.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Leve para a classe jornais e revistas antigos. Distribua entre
os alunos e peça para pesquisarem reportagens e figuras de pessoas “famosas”
(artistas, cantores de música gospel, pregadores, políticos, etc.) de cunho
secular e evangélico. Depois, peça que os alunos comentem as figuras e em
seguida discuta com a classe as seguintes questões: “O que é fama?”. “Qual a
diferença entre ser famoso e ser bem-sucedido?”. Conclua explicando que devemos
seguir o exemplo de Jesus. Ele nunca buscou a fama e até incentivou a prática
anônima da vida cristã. O anonimato não é sinônimo de derrota.
Palavra
Chave
Motivação: Ato ou efeito de
motivar; motivo, causa.
Subsídio Bibliológico
“Os Apelos da
Consciência
O apóstolo Paulo entendeu a ligação entre uma consciência cristã
e uma mente espiritual. Ele escreveu: ‘Mas o que é espiritual discerne bem
tudo, e ele de ninguém é discernido. Porque quem conheceu a mente do Senhor,
para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo’ (1 Co 2.15,16). O
cristão que tem a mente de Cristo conhece a sua vontade e seu propósito, por
isso ele aprende a viver com uma consciência dos valores morais e espirituais
estabelecidos por sua Palavra. Quando praticamos alguma ação, dizemos uma
palavra, pensamos algo ou adotamos alguma atitude, devemos agir com uma mente
espiritual. Ao avaliar essas várias situações, nossa consciência acenderá sua
luz verde ou vermelha, concordando ou discordando; acusando ou defendendo. O
julgamento da consciência será de acordo com o senso de justiça que a estiver
dominando, se estiver purificada, jamais ela concordará com o erro; se
contaminada, ela não conseguirá julgar corretamente. Devemos sempre comparar
nossas ações à luz da justiça que a Bíblia apresenta. Nossas ações devem
corresponder à uma consciência baseada na Palavra de Deus (2 Tm 3.16,17)” (CABRAL,
E. A Síndrome do Canto do
Galo: Consciência Cristã —
Um desafio à ética dos tempos modernos. 1.ed.,
RJ: CPAD, 2000, p.134).
INTRODUÇÃO
Vivemos numa sociedade onde o ter sobrepõe-se ao ser. Sofremos
pressões diárias para vivermos de forma materialista. Fama, poder e influência
política procuram atrair-nos. No entanto, quando a pessoa acostumada à fama e
ao poder cai no anonimato, perde o total controle da situação. Ela percebe não
ser mais o centro das atenções. Nesta lição, estudaremos como o crente deve
lidar com o anonimato em sua vida. Certamente não é a vontade de Deus que seus
filhos busquem o estrelato terreno, mas o verdadeiro sentido de viver à luz do
exemplo de simplicidade evidenciado na vida de Jesus de Nazaré.
I.
A VERDADEIRA MOTIVAÇÃO DO CRENTE
1. O crente fiel dispensa a vaidade. Além de significar o que é “vão” ou “aparência ilusória”, o
termo vaidade, segundo o dicionário Houaiss, designa a ideia de “valorização
que se atribui à própria aparência”. É o desejo intenso de a pessoa ser
reconhecida e admirada pelos outros. Isso é vaidade! E a motivação
verdadeiramente cristã a dispensa. Quando lemos as Sagradas Escrituras
percebemos que “o buscar a glória para si” é algo absolutamente rechaçado pela
Palavra de Deus (Jo 3.30). A Palavra revela que o servo de Cristo não deve, em
hipótese alguma, ser motivado por essa cobiça (Mc 9.30-37).
2. O crente fiel não deseja o primeiro
lugar. Ao lançar mão de uma criança e apresentá-la
entre os discípulos, ensinava o Senhor Jesus uma extraordinária lição: no
coração do verdadeiro discípulo deve haver a mesma inocência e sinceridade de
um infante (Mc 9.36). Entre os seguidores do Mestre não pode haver espaço para
disputas, intrigas e contendas. No Reino de Deus, quem deseja ser o “primeiro”
revela-se egoísta, mas quem procura servir ao próximo é chamado pelo Mestre
para ser o primeiro (Mc 10.42-45). Aqui, se estabelece a diferença entre o
vocacionado por Deus e o chamado pelo homem.
3. O crente fiel não se porta soberbamente. O livro de Provérbios demonstra com abundantes exemplos e
contundentes palavras do que o ser humano é capaz quando o seu coração é
dominado pela soberba e pelo desejo desenfreado pela fama (Pv 6.16-19; 8.13).
Ele “se apressa em fazer perversidade”; “usa de língua mentirosa”; “semeia
contendas entre irmãos”; e, “com olhos altivos”, assiste as consequências dos
seus atos sem pestanejar, arrepender-se ou sensibilizar-se. Isso,
absolutamente, não é a verdadeira motivação do crente fiel! Pelo contrário, a
motivação do discípulo do Meigo Nazareno está em servir ao Senhor com um coração
íntegro e sincero diante de Deus e dos homens (Jo 13.34,35).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A verdadeira motivação
cristã dispensa a vaidade, não deseja o primeiro lugar e não se porta
soberbamente.
II.
NÃO FOMOS CHAMADOS PARA A FAMA
1. O que é fama. É o conceito (bom ou mau) formado por determinado grupo em
relação a uma pessoa. Para que tal conceito seja formado em relação a si, é
preciso tornar-se o centro das atenções. Lamentavelmente, a síndrome de
“celebridade” chegou aos arraiais evangélicos. Porém, é preciso refletir: O ser
humano, criado por Deus, foi feito para a fama? O homem, como o centro das
atenções, é algo cristão? Uma classe de privilegiados e outra de meros
coadjuvantes é projeto de Deus à sua Igreja? Desenvolver o poder de influência
política e midiática, segundo as categorias desse mundo, é expandir o reino
divino? Uma breve meditação em poucos textos bíblicos seria o bastante para
verificarmos que a resposta a todas essas indagações é “não” (Jo 3.30; 5.30;
8.50; Rm 12.16; 2 Co 11.30).
2. O problema. O espaço na mídia oferece a ilusão de que podemos obter sucesso
imediato em todas as coisas, gerando em muitos corações, até mesmo de crentes,
uma aspiração narcisista pelo sucesso (2 Tm 3.1-5). Cuidado! Quando a fama sobe
à cabeça, a graça de Deus desaparece do coração! Buscar desenfreadamente a fama
é a maior tragédia na vida do crente. Este, logo perde a essência da alma e a
sua verdadeira identidade cristã. Nessa perspectiva, o Evangelho declara:
“Porque que aproveita ao homem granjear o mundo todo, perdendo-se ou
prejudicando-se a si mesmo?” (Lc 9.25).
SINOPSE
DO TÓPICO (II)
O ser humano, criado por Deus, não foi feito para a fama.
O ser humano, criado por Deus, não foi feito para a fama.
III.
O ANONIMATO NÃO É SINÔNIMO DE DERROTA
1. A verdadeira sabedoria. O livro de Eclesiastes relata a história de um pobre homem sábio
que livrou a sua cidade das mãos de um rei opressor (Ec 9.13-18). No entanto, o
povo logo o esqueceu. Ele, porém, não deu importância alguma para isso, pois o
que mais queria era livrar, de uma vez por todas, a sua querida cidade das mãos
do tirano. A fama e o desejo de ser reconhecido passavam longe do seu coração.
Afinal, o que caracteriza a verdadeira sabedoria é o “temor do Senhor” (Pv
1.7).
2. A simplicidade. O maior exemplo de simplicidade e equilíbrio temos na vida de
Jesus de Nazaré. A leitura bíblica em classe descreve-nos a sábia atitude de
Jesus em não deixar-se seduzir pela fama e retirar-se na hora apropriada. O
Nazareno sabia exatamente da sua missão a cumprir (Jo 5.30). Quando percebeu
que a multidão desejava fazer dEle um referencial de fama, Cristo retirou-se
para não comprometer a sua missão (Mc 1.45). O Mestre é o nosso maior exemplo
de simplicidade e equilíbrio no trato com as multidões. Enquanto estas o
procuravam, Ele se refugiava em lugares desérticos (Mt 14.13; Mc 1.45).
3. O equilíbrio. No mundo contemporâneo, somos pressionados a sermos sempre os
melhores em todas as coisas. O Evangelho, entretanto, oferece-nos a
oportunidade de retirarmos de sobre nós esse fardo mundano (Mt 11.30). Você não
precisa viver o estresse de ser quem não é! Você deve tornar-se o que o Senhor
o chamou para ser. Não tente provar nada a ninguém. O Filho de Deus conhece-nos
por dentro e por fora. Ele sabe as nossas intenções, pensamentos e desejos mais
íntimos. Não se transforme num ser que você não é só para ganhar fama. A ilusão
midiática não passa disso — é apenas uma ilusão! Nunca foi a vontade de Jesus
que seus filhos se curvassem à fama, ao sucesso, à riqueza ou ao poder. Façamos
o contrário, prostrando-nos aos pés de Cristo e fazendo do Calvário o nosso verdadeiro
esteio. Se há alguma coisa em que devemos gloriar-nos, que seja na Cruz de
Cristo (1 Co 2.2; Gl 6.14).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A verdadeira sabedoria
cristã consiste na simplicidade e no equilíbrio (bom senso) das coisas.
CONCLUSÃO
Como estudamos na lição de hoje, a fama não pode ser a motivação
do crente. E o anonimato não significa derrota alguma para aqueles que estão em
Cristo Jesus. O Meigo Nazareno chega a incentivar a prática anônima da vida
cristã (Mt 6.1-4). A pureza, a simplicidade e a sinceridade são os valores do
Reino de Deus que nem sempre são entendidos pelos incrédulos. Todavia, somos
chamados a manifestar esses valores em nossa vida. Portanto, não se preocupe
com o anonimato, mas seja o seu desejo em agradar ao Senhor que criou os céus e
a terra. Pois estes manifestam a sua existência e provam que Ele esquadrinha as
intenções dos nossos pensamentos e corações.
VOCABULÁRIO
Síndrome: Conjunto de sinais e sintomas observáveis em diferentes
processos patológicos (doenças) sem causa específica.
Mídia: Conjunto dos meios
de comunicação social de massas [televisão, jornal, revistas, internet, etc.].
Narcisista: Aquele voltado
para si mesmo; para a própria imagem.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
LIMA,
E. R. Ética Cristã: Confrontando as questões morais do
nosso tempo. 1.ed., RJ: CPAD,
2002.
CABRAL, E. A Síndrome do Canto do Galo: Consciência Cristã — Um desafio à ética dos tempos modernos. 1.ed., RJ: CPAD, 2000.
CABRAL, E. A Síndrome do Canto do Galo: Consciência Cristã — Um desafio à ética dos tempos modernos. 1.ed., RJ: CPAD, 2000.
EXERCÍCIOS
1. O que é vaidade?
R. É a ideia de valorização
que se atribui à própria aparência. É o desejo intenso de a pessoa ser
reconhecida e admirada pelos outros.
2. Defina fama.
R. É o conceito (bom ou mau)
formado por determinado grupo em relação a uma pessoa. Para que tal conceito
seja formado em relação a si, é preciso tornar-se o centro das atenções.
3. De acordo com a lição, que
história o livro de Eclesiastes narra?
R. O livro de Eclesiastes
relata a história de um pobre homem sábio que livrou a sua cidade das mãos de
um rei opressor (Ec 9.13-18).
4. Qual o maior exemplo que
temos de simplicidade e equilíbrio?
R. O da vida de Jesus de
Nazaré.
5. Você tem sido atraído (a)
pela ilusão midiática?
R. Resposta pessoal.