Membros do Conjunto de Obreiros: Expedito Eugênio; Jose Firmino; Antonio Carlos; Wendell Campos; Patricia Linhares; Alécia de Almeida; Gean Cláudio; Sebastião Cupertino; Ubiratan Siqueira; Dirigente da Igreja Pb. Marcus Aurélio; Djalma; Jailson Gonçalves; Amarildo Bispo; Manoel Bras; Thiago Oliveira; Vivaldo Linhares e Pedro Zimmermmann.
A Paz do Senhor! Seja bem-vindo.
1° Aniversário do Conjunto de obreiros do Res. São Jesé em 2005
Deus disse a Josué: Não to mandei eu? Esforça-te e tem bom ânimo; não pasme, nem te espantes, porque o Senhor, teu Deus, é contigo, por onde quer que andares. Josué cap.1. ver.9
Lição 14: A vida plena nas aflições
Lições Bíblicas CPAD
Jovens e Adultos
3º Trimestre de 2012
Título: Vencendo as aflições da vida — Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas
Comentarista: Eliezer de Lira e Silva
Lição 14: A vida plena nas aflições
Data: 30 de Setembro de 2012
TEXTO ÁUREO
“Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade. Posso todas as coisas naquele que me fortalece”(Fp 4.12,13).
VERDADE PRÁTICA
As tribulações levam-nos a amadurecer, em Cristo, capacitando-nos a desfrutar de uma vida espiritual plena.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Filipenses 4.10-13.
10 - Ora, muito me regozijei no Senhor por, finalmente, reviver a vossa lembrança de mim; pois já vos tínheis lembrado, mas não tínheis tido oportunidade.
11 - Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho.
12 - Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade.
13 - Posso todas as coisas naquele que me fortalece.
INTERAÇÃO
Professor, chegamos ao final de mais um trimestre, este foi um pouquinho mais longo devido o fato do ano ser bissexto e ganharmos mais uma lição. Vivemos tempos onde somos diuturnamente tentados a trocarmos a essência do verdadeiro Evangelho pela artificialidade das mensagens que nos são convidativas. Prega-se o fim do sofrimento em detrimento do sofrimento por Cristo; o antropocentrismo em detrimento do cristocentrismo; o triunfalismo em detrimento da simplicidade de Cristo Jesus. Mas, somos convidados, mesmo em tempos difíceis, prezado professor, a não perdermos de vista a simplicidade e o equilíbrio do Evangelho. Por isso, tende bom ânimo! Porque Ele, Jesus Cristo, venceu o mundo!
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
• Descrever as aflições da vida do apóstolo Paulo.
• Explicar como se contentar em Cristo apesar das necessidades.
• Saber que precisamos amadurecer pela suficiência de Cristo, o nosso Senhor.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado professor, antes de iniciar a lição de hoje, faça uma revisão dos temas estudados neste trimestre. A revisão do conteúdo programático das lições é muito importante para você concluir as lições. O objetivo do trimestre foi demonstrar ao aluno que, apesar dos percalços da vida, é possível ter uma vida plena da graça de Deus. Após a revisão das lições, inicie a última aula explicando aos alunos que, apesar dos sofrimentos cotidianos, como na vida de Paulo, podemos desfrutar da graça e do amor de Deus respectivamente. Não esqueça de agradecer a Deus pela conclusão de mais um trimestre.
Palavra Chave
Aflição: Estado daquele que está aflito; profundo sofrimento; ânsia, agonia, angústia.
Subsídio Bibliológico
“O consolo divino e o consolo comunitário
Paulo enfatiza o conceito de consolo. ‘O Deus de toda a consolação’ (2 Co 1.3). Deus Pai não é apenas um Deus que se compadece de nós nas nossas tribulações, mas aquEle que alivia nossos sofrimentos com o bálsamo de consolação do seu Espírito (Is 40.1; 66.13). A força da palavra consolo está no termo grego parák[l]etos utilizado em o Novo Testamento em referência à pessoa do Espírito Santo, como ‘o outro consolador’ prometido por Jesus, antes de ascender ao seu lugar no céu (Jo 14.16; 16.13,14). No versículo 4, Paulo dá um caráter bem pessoal com a frase: ‘Aquele que nos consola’ referindo-se especialmente à sua experiência pessoal vivida naqueles dias com as perseguições e calúnias contra a sua pessoa. Tanto ele quanto seus companheiros de ministério tinham passado por tribulações no mundo, mas tinham também o consolo e a paz de Cristo Jesus (Jo 14.27; 16.33). Na sequência do versículo 4, Paulo diz que o consolo que recebemos de Deus em meio às tribulações tem por objetivo servir de bênçãos para nós mesmos, que aprendemos a lidar com as circunstâncias, e nos tornar canais de consolo para outros. Na verdade, esse texto nos fala da responsabilidade do crente em relação aos seus irmãos em Cristo, quando enfrentam tribulações” (CABRAL, E. A Defesa do Apostolado de Paulo: Estudo na Segunda Carta aos Coríntios. 1.ed., RJ: CPAD, 2009, p.36).
INTRODUÇÃO
No início desse trimestre, perguntamos se o crente em Jesus pode sofrer. A resposta reflete àquilo que já sabemos. O sofrimento na vida do justo é perfeitamente natural, pois peregrinamos num mundo de aflições. No entanto, é possível ao crente sofredor viver plenamente em Cristo (Jo 10.10). Por isso, na lição de hoje, estudaremos acerca da possibilidade de, apesar das angústias e lutas, vivermos de forma plena. Veremos que o servo de Deus pode desfrutar de uma vida cristã abundante em meio aos sofrimentos cotidianos. Com nossa mente e coração firmados no Eterno, Ele nos conduzirá, pelo seu poder e graça, ao deleite das suas promessas (Is 40.28).
I. VIVENDO AS AFLIÇÕES DA VIDA
1. As aflições de Paulo. Depois de Jesus, uma das pessoas mais experimentadas no sofrimento por amor a Deus certamente foi Paulo. O Meigo Nazareno revelara a Ananias a dolorosa experiência paulina: “E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome” (At 9.16). Ao longo do Novo Testamento, o apóstolo dos gentios é provado de várias formas (2 Co 11.23-33). O homem que perseguia os cristãos se torna perseguido; aquele que os afligia, é afligido; o que consentia na morte dos outros, tem a sua consentida. Por isso, o Senhor disse a Paulo que duro seria “recalcitrar contra os aguilhões” (At 9.5).
2. Deixado por seus filhos na fé. “Bem sabes isto: que os que estão na Ásia todos se afastaram de mim; entre os quais foram Fígelo e Hermógenes” (2 Tm 1.15). Após uma prática intensa de implantação de igrejas locais — discipulado, formação de liderança nativa e defesa do Evangelho —, comunidades inteiras foram atendidas pelo trabalho de um verdadeiro apostolado. Não obstante, Paulo sente-se abandonado por seus irmãos de caminhada. Prisioneiro de Roma, é inimaginável a tristeza do apóstolo nesse momento de solidão (2 Tm 4.9-11).
3. A tristeza do apóstolo. O apóstolo dos gentios sente a dor do desamparo, da traição e da perda quando pede a Timóteo: “Procura vir ter comigo depressa. Porque Demas me desamparou amando o presente século [...] Só Lucas está comigo” (2 Tm 4.9,11). O quadro da vida de Paulo mostra-nos como podemos ser vítimas do desamparo, da traição e do abandono na caminhada cristã. Esse fato não acontece apenas com pessoas não crentes. Aconteceu com Paulo! Pode acontecer com você também! Mas, onde está a sua esperança? Em quem ela se fundamenta? As respostas a essas perguntas podem, ou não, mudar o caminho de sua vida cristã (Mt 7.14; 2 Tm 2.4).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A provação do apóstolo dos gentios é assim sintetizada: o homem que perseguia os cristãos é perseguido; aquele que afligia, é afligido; o que consentia na morte dos outros, tem a sua consentida.
II. CONTENTANDO-SE EM CRISTO
1. Apesar da necessidade não satisfeita. A prisão gélida onde Paulo foi encerrado expressa o estado da completa falta de dignidade humana em que ele encontrava-se. Apesar de receber apoio das igrejas locais, nem sempre o apóstolo dos gentios teve suas necessidades satisfeitas. Por isso, dizia ele estar escrevendo em meio a muitos sofrimentos, angústias e com muitas lágrimas (2 Co 2.4).
A experiência paulina desafia-nos a viver um Evangelho que não prioriza a ilusão de uma vida de “mar de rosas”. Antes, desafia-nos a viver a realidade dos “espinhos” e “abrolhos” que não poucas vezes “ferem-nos a carne”. Todavia, a graça de Cristo é-nos suficiente para que, mesmo não tendo as necessidades satisfeitas, o nosso coração se acalme e venhamos a nos deleitarmos em Deus (2 Co 12.9).
2. Livre da opressão da necessidade. Embora preso e necessitado, o apóstolo envia uma carta aos filipenses, demonstrando o regozijo do Senhor em seu coração ao saber que os crentes daquela localidade lembravam-se dele (Fp 4.10). Esse fato denota a maturidade do apóstolo em Cristo mesmo no sofrimento do cativeiro (v.11). Como Paulo, devemos regozijar-nos no Senhor em meio às aflições e aos sofrimentos da vida. Isso é ser maduro e livre da opressão da necessidade! Embora esta nos assole o coração, ainda assim esperamos em Deus e alegramo-nos nEle, que é a nossa esperança (Sl 11.1; 35.9; 42.11).
3. Contente e fundamentado em Cristo. O apóstolo dos gentios agradece aos filipenses pelas ofertas e generosidade praticadas em seu favor (Fp 4.14). No entanto, embora carente, a alegria do apóstolo pela oferta recebida não demonstra o desespero de alguém necessitado por dinheiro, antes, evidencia a suficiência de Cristo representada através do socorro da igreja de Filipos (4.18). Outro destaque nesse episódio é o regozijo de Paulo pela maturidade cristã dos filipenses. Ele atestara que, a seu exemplo, essa igreja encontrava-se edificada em Cristo (1.3-6). A alegria de Paulo não estava na oferta recebida, mas no contentamento que desfrutava em Cristo Jesus, nos momentos de aflições, e em ver a disposição da igreja filipense.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Apesar de muitas vezes o apóstolo Paulo não ter suas necessidades satisfeitas, ele se viu livre da opressão da necessidade, contentando-se em Jesus Cristo.
III. AMADURECENDO PELA SUFICIÊNCIA DE CRISTO
1. Através das experiências. “Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade” (Fp 4.12). Em Romanos 5.3-5 o apóstolo Paulo descreve o processo da maturidade cristã que o Senhor espera de seus servos: a tribulação produz a paciência; a paciência, a experiência; a experiência, a esperança; a esperança, a certeza.
A vida de Paulo nos ensina que a provação na vida do servo de Deus forjará uma pessoa melhor, mais crente em Jesus e fiel a Deus. O sofrimento faz-nos constatar o quanto dependemos do Senhor (Sl 118.8,9). Nada melhor do que crescermos em Deus, e diante dos homens, com as nossas próprias experiências!
2. Não pela autossuficiência. Passar pelas experiências angustiosas da vida só revela o quanto somos dependentes do Altíssimo. Se não fosse por obra e graça de Deus não desfrutaríamos a sua doce presença. Como explicar a solidez da fé de uma mãe que perdeu seu filho; da esposa que, de forma trágica, viu a vida do seu cônjuge se esvair; do pai de família que, da noite para o dia, veio a perder todos os bens materiais; mas, ao mesmo tempo, podem dizer: O Senhor o deu e o tomou; bendito seja o nome do Senhor! (Jó 1.21).
Muitos outros exemplos podem ser lembrados, mas nessa oportunidade, destacamos o quanto somos finitos, limitados e insuficientes na hora da aflição da vida. Há, porém, um lugar de abrigo nos dias de tribulação: o esconderijo do Altíssimo. Pelo qual, podemos dizer: “Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei” (Sl 91.2).
3. Tudo posso naquele que me fortalece. Essa expressão revela o contentamento de Paulo e a sua verdadeira fonte: Jesus Cristo. Infelizmente, a expressão paulina tem sido mal interpretada. O texto não mostra nada além da maturidade que o apóstolo adquiriu. Após, e durante todo o sofrimento por amor a Cristo, o apóstolo pôde regozijar-se, não pela autossuficiência, mas pela confiança em Cristo, nosso Senhor. Diante de toda a provação e sofrimento, o Pai Celestial pode nos dar a sua graça para suportar as aflições do mundo. Pois, verdadeiramente podemos dizer: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp 4.13).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Através das experiências obtidas na vida cristã, não nos tornamos autossuficientes, mas amadurecemos pela suficiência de Cristo.
CONCLUSÃO
Querido irmão e prezada irmã, jamais foi nossa intenção, nesse trimestre, desenhar para você um quadro ilusório da vida, dizendo: “Você não mais sofrerá, nem ficará doente ou muito menos morrerá”. Não! Tais falácias não são promessas bíblicas. Jesus nunca usou desses subterfúgios para lidar com os problemas existenciais dos seus discípulos. Nós, segundo o seu exemplo, temos a obrigação de dizer ao povo de Deus que no mundo teremos aflições (Jo 16.33). Mas Ele venceu o mundo e, por isso, devemos ter bom ânimo. É perfeitamente possível desfrutar a paz do Senhor no momento de provação e sofrimento. Por isso, tenha a paz em Deus, que excede todo entendimento, e bom ânimo em Cristo! Ele está conosco todos os dias até a consumação dos séculos (Mt 28.20). Amém!
VOCABULÁRIO
Gélida: Extremamente fria; gelada, glacial.
Abrolhos: Espinho de qualquer planta.
EXERCÍCIOS
1. O que o Meigo Nazareno revelou para Ananias acerca da experiência paulina?
R. O quanto deveria padecer pelo nome de Jesus (At 9.16).
2. O que o quadro de vida do apóstolo Paulo nos mostra?
R. Ele nos mostra como podemos ser vítimas do desamparo, da traição e do abandono na caminhada cristã.
3. Qual o desafio da experiência paulina para nós?
R. Viver o Evangelho que não priorize a ilusão de uma vida de “mar de rosas”, mas a realidade dos “espinhos” e “abrolhos”.
4. Embora preso e necessitado, o que o apóstolo demonstra quando envia uma carta aos filipenses?
R. Regozijo do Senhor em saber que os crentes daquela localidade lembravam-se dele.
5. O que a expressão “Tudo posso naquele que me fortalece” revela?
R. O contentamento de Paulo e a sua verdadeira fonte: Jesus Cristo.
Uma Reflexão Sobre o Pensamento Pedagógico de Henri Wallon.
PSICOLOGIA DA INFÂNCIA DE WALLON
Em sua obra Wallon (1981, 1989)
faz oposição a qualquer espécie de reducionismo orgânico ou social e ao
dualismo corpo e alma, entendendo que a compreensão do ser humano deve ter
presente que ele é organicamente social, isto é, sua estrutura orgânica supõe a
intervenção da cultura para se atualizar (Dantas in La Taille, 1992, p. 36).
Ele é datado, sujeito do seu tempo, constituído por uma estrutura biológica que
é ressignificada pelo social (Vila, 1986).
Wallon compartilha com Vygotsky a
mesma matriz epistemológica, o materialismo histórico e dialético, sendo que,
para Wallon (1981), a emoção é o principal mediador, enquanto que, em Vygotsky
(1993, 1991), o sistema de signos e símbolos ocupa tal papel.
Wallon (1981) rompe com uma noção
de desenvolvimento linear e estática, demonstrando que o ser humano se
desenvolve no conflito, sua construção é progressiva e se sucede por estágios
assistemáticos e descontínuos. Os estágios de desenvolvimento importantes para
a formação do ser humano não são demarcados pela idade cronológica, e sim por
regressões, conflitos e contradições que propiciem que se reformulem e ampliem
conceitos e funções. Em cada estágio, há predomínio de uma determinada
atividade que corresponde aos recursos que a criança dispõe, no momento, para
interagir com o ambiente (Galvão, 1995, p. 43).
Ao longo dos estágios o
desenvolvimento da criança aparece de forma descontínua, com contradições e
conflitos resultantes das interações e das condições do meio. O conflito ocorre
entre a atividade predominante de um estágio e a atividade predominante do
estágio seguinte.
A sucessão dos estágios se dá
pela substituição de uma função por outra, extinguindo algumas e
conduzindo/orientando outras a novas formas de relação.
A mudança de cada estágio
representa uma evolução mental qualitativa por caracterizar um tipo
diferenciado de comportamento, uma atividade predominante que será substituída
no estágio seguinte, além de conferir ao ser humano novas formas de pensamento,
de interação social e de emoções que irão direcionar-se, ora para a construção
do próprio sujeito, ora para a construção da realidade exterior.
Durante a gestação, a vida
intra-uterina é marcada por uma dependência total do bebê em relação à mãe,
caracterizando um anabolismo total, ou seja, uma simbiose fisiológica. Após o
estágio intra-uterino, podemos encontrar seis estágios (Tran-Thong, 1981; Vila,
1986; Galvão, 1995): estágio de impulsividade motora, estágio emocional,
estágio sensório-motor e projetivo, estágio do personalismo, estágio categorial
e estágio da puberdade e adolescência. Os estágios não podem ser interpretados
como uma certa delimitação temporal, um certo número de anos, mas sim como a
quantidade e qualidade das relações com o meio em cada momento do predomínio de
uma atividade particular do desenvolvimento (Dantas, 1983).
Ao nascer, a criança se manifesta
através da impulsividade motriz. Mesmo já possuindo autonomia respiratória, ela
depende do adulto para a satisfação de suas necessidades básicas como nutrição,
higiene e postura. A satisfação dessas necessidades não ocorre de forma
imediata, havendo desconforto causado pela privação, que se traduz em descargas
musculares, crises motoras, representadas por movimentos descoordenados, sem
orientação – pura impulsividade motora. A simbiose fisiológica dá lugar à
simbiose emocional a partir da significação que o social dá ao ato motor da
criança, que se expressa no sorriso e nos sinais de contentamento (Wallon, in
Vila, 1981).
O movimento, por sua vez, é
originado a partir da atividade muscular, que pode ser tônica (tensão muscular)
ou clônica (alongamento/encurtamento dos músculos). Estas atividades são
complementares havendo um predomínio da atividade tônica (Tran-Thong, 1981).
Progressos em relação ao
desenvolvimento vão surgindo na medida em que as agitações impulsivas da
criança vão sendo identificadas e significadas pelo meio. Por intermédio destas
influências recíprocas e trocas mútuas, que orientam as reações da criança, vão
se constituir as primeiras estruturas mentais e novas formas de pensamento, com
ênfase na objetividade em um movimento dialético.
O processo de desenvolvimento
infantil se realiza nas interações, que objetivam não só a satisfação das
necessidades básicas, como também a construção de novas relações sociais, com o
predomínio da emoção sobre as demais atividades. As interações emocionais devem
se pautar pela qualidade, a fim de ampliar o horizonte da criança e levá-la a
transcender sua subjetividade e se inserir no social.
Inicialmente, a manipulação de objetos
se restringe ao espaço bucal, por ser a boca o único local que possui
movimentos coordenados. Com o desenvolvimento do aparato motor, a criança
coordena o movimento das mãos e braços, realizando a manipulação de objetos,
com intencionalidade em suas ações. Nesse período, a função dominante é a
sensório-motora, que desencadeia dupla função: a manipulação de objetos,
facilitada pela marcha, e a imitação, que possibilita a representação e o
pensamento (Vila, 1986).
O desenvolvimento da marcha e da
fala demarcam o início do estágio sensório-motor, propiciando que as relações
com o mundo exterior se aprofundem, se dinamizem e se expandam. O espaço
infantil transforma-se em um campo onde as atividades são ampliadas e os
objetos identificados com maior objetividade. O desenvolvimento da linguagem
possibilita nomear os objetos, propriedades e ações do mundo físico,
representando-os e conceituando-os a partir do significado daquele repertório
da linguagem, que é dado pela sociedade na qual a criança está inserida.
Ao se apropriar do espaço, a
criança desenvolve a inteligência prática, denominada por Wallon (in
Tran-Thong, 1981) de inteligência espacial, por se constituir em atividades
cognitivas ligadas ao espaço exterior. As atividades circulares (sensações que
produzem movimentos e movimentos que produzem sensações, através da coordenação
entre percepção e situação correspondente) garantem o progresso da preensão, do
reconhecimento do esquema corporal e da linguagem, passando a diferenciar-se do
mundo físico.
O período projetivo surge quando
o movimento deixa de se relacionar exclusivamente com a percepção e manipulação
de objetos. A expressão gestual e oral é caracterizada pelo pensamento
ideomotriz (representação das imagens mentais por meio de ações), cedendo lugar
à representação, que independe do movimento. A atividade projetiva produz
representação e se opõe a ela, permitindo que a criança avance em relação ao
pensamento presente e imediato. As atividades predominantes, nesse período, são
a imitação e o simulacro. A partir da imitação aparecem os jogos de ficção, que
permitem realizar uma ação com o objeto, mesmo na sua ausência, o que conduz à
autonomia da imagem, à representação (Wallon, 1989).
O estágio do personalismo é
marcado por oposições, inibições, autonomia, sedução, imitação, que irão
contribuir para a formação e enriquecimento do eu, a edificação interior.
Divide-se em três períodos. Primeiramente, ao buscar afirmar-se como indivíduo
autônomo, a criança toma consciência de si própria, o que é constatado pelo
emprego dos pronomes eu e meu e demonstração de atitudes de recusa (uso do
não). Seu ponto de vista diante do mundo se torna único e exclusivo, e suas
crises de oposição confrontam-se com as pessoas do meio próximo a fim de
imperar sua vontade. Ao conseguir tal objetivo, sente-se exaltada. Nem sempre é
vencedora, e isso lhe causa ressentimentos e diminuição da auto-estima. Ambos
os momentos representam uma crise necessária para a construção do eu, que,
dependendo da forma vivenciada, pode determinar prejuízos em seu
desenvolvimento (Vila, 1981). Os sentimentos de ciúme, a posse extensiva aos
objetos e as cenas para chamar a atenção dos que estão ao seu redor são
características essenciais para se distinguir dos outros. Mas, para tanto, é
preciso haver a participação da representação (Wallon, 1981).
Em um segundo momento, predomina
o período de graça, no qual é marcante o narcisismo da criança que busca
admiração e satisfação pessoal, expressando-se de forma sedutora, elegante e
suave, a fim de ser aceita pelo outro. Só pode agradar a si mesma se sabe que
agrada aos demais[1] (Vila, 1986, p. 77). Se é frustrada em sua necessidade de
afirmação, pode demonstrar timidez. São tais contradições que desencadeiam a
apropriação de papéis e personagens que possuem prestígio, admiração ou atração
para si. A criança passa a reproduzi-los com acréscimo de características
subjetivas, enriquecendo o personagem imitado por ela (Werebe, 1986).
E, finalmente, o último período,
que representa o esforço por substituir o outro por meio da imitação, o período
da representação. É a representação que garante ao pensamento a função de
antecipação e a possibilidade de pensar na relação entre um significante e um
significado, além de expressar simbolicamente os objetos interiorizados.
Os três momentos que caracterizam
o estágio do personalismo acontecem na interação social. As atividades
predominantes estão voltadas para a construção do eu e para as relações
afetivas com o outro, complementando os processos intelectuais, que
possibilitam a substituição dos objetos pelas palavras correspondentes a partir
da apropriação da linguagem (Wallon, 1981).
O lugar ocupado pela criança na
constelação familiar contribui para definir a sua subjetividade, sendo que as
atitudes dos pais frente aos filhos varia, modificando as interações e
mediações entre eles. Além disso, o significado familiar a respeito da
singularidade de cada membro contribui para vivências particulares, sendo
determinado historicamente (Reis, 1985).
O estágio seguinte se divide em
dois períodos: o do pensamento sincrético ou pré-categorial (confuso, geral,
sem distinções) e o categorial (Wallon, 1981; Tran-Thong, 1981).
O pensamento sincrético se
caracteriza pela incapacidade da criança para analisar as qualidades, propriedades,
circunstâncias e conjunturas das imagens ou situações. Encontra-se dominado
pelo concreto, revelando a sua descontinuidade e fragmentação. Há utilização de
pares, que se constituem em um elemento identificável e um outro que o
complemente. O par é anterior ao elemento isolado, implicando em pluralidade a
fim de manter certa coerência em seu discurso, mesmo que tempo, lugar, causa e
efeito sejam confundidos. O pensamento sincrético aparece como uma justaposição
de temas ambivalentes, devida à incapacidade da criança de perceber as
contradições e sair do conflito. O pensamento de pares é um ato intelectual,
inicialmente confuso e mesclado, que supõe vários outros pares concorrentes e
complementares que culminam por desencadear a identificação e diferenciação.
Wallon (1989, p. 33) descreve
várias situações que exemplificam a utilização dos pares para a formação das
estruturas de pensamento: – O que é a chuva? – A chuva é vento. – Então a chuva
e o vento são iguais? – Não. – O que é a chuva? – A chuva é quando tem trovão.
– O que é o vento? – É a chuva. – Então é a mesma coisa? – Não, não é igual. –
O que é que não é igual? – É o vento. – O que é o vento? – É céu.
A estrutura de pares é etapa
necessária ao desenvolvimento do pensamento categorial, permitindo à criança
afirmar as qualidades e as relações existentes, a partir dos conflitos e
contradições entre a estrutura elementar do par e as interações entre os pares.
No segundo período, o pensamento
torna-se categorial, passando a haver a representação das coisas e a explicação
do real, iniciada com a integração das diferenciações produzidas durante o
período pré-categorial. A criança já consegue representar de forma estável e
apropriada, identificando e definindo os objetos. A classificação já é lógica,
discernindo e organizando as semelhanças e diferenças dos objetos e ações, o
que conduz a representações fixas e constantes. Para tanto, a atividade de
comparação dos objetos entre si é fundamental para a análise e classificação
dos mesmos. É com o desenvolvimento da função categorial que a apropriação da
causalidade se faz presente, possibilitando que a criança ligue o efeito à
causa que o produziu. A noção de espaço e tempo passam a integrar-se a um
sistema permitindo que a criança relacione as suas implicações com o movimento.
O presente estágio tem como
atividade dominante a conquista e o conhecimento do mundo exterior, contando
com a aquisição do pensamento categorial para que a criança se reconheça como
pessoa polivalente e identifique as diversas características dos objetos e
situações ao estabelecer relações e distinções coerentes (Vila, 1986). Aumenta
a concentração e atenção na atividade, permitindo que as atividades espontâneas
sejam progressivamente substituídas por atividades intencionais. Tais
diferenciações, no nível de operações mentais, culminam com a formação das
categorias intelectuais, tornando possível a representação e explicação da
realidade, pois a criança supera suas vacilações em relação à linguagem, na
medida em que os termos gramaticais tomam a forma e o sentido da linguagem
adulta (Idem, ibidem).
Wallon (1981) estabelece este
momento como o determinante da personalidade polivalente, por dar início à
participação em diferentes grupos não institucionais, desenvolvendo, em cada um
deles, um papel determinado, que enriquece sua identidade.
Começa a se delinear o estágio da
puberdade e da adolescência, no qual as exigências para a construção da
identidade adulta se impõem. A crise adolescente é marcada por ruptura,
inquietude, ambivalência de atitudes e sentimentos, oposição aos hábitos de
vida e costumes. Tal oposição se traduz na busca da consciência de si, na
integração do novo esquema corporal, na apropriação da identidade adulta
(Tran-Thong, 1981).
São as significações sociais
dadas às modificações corporais do adolescente que engendram descontentamento e
desejo de transformação. Surgem as dúvidas metafísicas e científicas, além da
crítica ao modelo hipócrita dos valores burgueses (Vila, 1981). A vivência da
adolescência é uma construção histórica.
Apresentamos o desenvolvimento do
ser humano na concepção de Wallon (1981, 1989) sem fazer menção direta a sua
relação com a aprendizagem, contudo precisamos reafirmar que tal relação é
constante, uma vez que a aprendizagem ocorre na interação. Sua teoria aponta a
escola/educação como um meio promotor do desenvolvimento (Galvão, 1995, p.
114).
A sala de aula deve ser um
ambiente de cooperação, um espaço heterogêneo e de troca, onde os alunos que
dominam uma dada função promovam o desenvolvimento desta função em seus
colegas. Ao professor cabe a tarefa de promover a colaboração entre os alunos,
socializando e construindo conceitos. As idéias devem ser constantemente
reformuladas no confronto com a realidade, considerando as contradições
sociais. A educação deve ajudar a criar as condições para que os alunos sejam
transformadores da sociedade e de si mesmos (Werebe, 1986). Os procedimentos
educacionais que tendem a abafar a atividade intelectual, (…) abolir a autocrítica
individual e a compulsão gregária reduzem o homem a estágios que ele já havia
superado (Ibidem, p. 153).
A riqueza da Psicologia da
Infância demonstrada nos estudos do ser humano concreto e em constante
transformação; a idéia circular de desenvolvimento humano, a visão integradora
e a opção contrária a qualquer reducionismo e dicotomia permitem ao educador
uma constante reflexão sobre a problemática educativa e, conseqüentemente,
mudança de sua prática pedagógica.
[1] A tradução do espanhol da
citação é de autoria do grupo de estudo da Secretaria de Educação do Estado de
santa Catarina.
Lição 13: A verdadeira motivação do crente
Lições
Bíblicas CPAD
Jovens e Adultos
Título: Vencendo as aflições da vida — Muitas são as aflições do justo,
mas o Senhor o livra de todas
Comentarista: Eliezer de Lira e Silva
Lição 13: A verdadeira motivação do crente
Data: 23 de Setembro de 2012
TEXTO ÁUREO
“Mas tu,
quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai,
que vê o que está oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará” (Mt
6.6).
VERDADE PRÁTICA
A verdadeira motivação do crente não está na fama ou no poder,
mas em viver para glorificar a Cristo.
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
Marcos
1.35-45.
35 - E, levantando-se de
manhã muito cedo, estando ainda escuro, saiu, e foi para um lugar deserto, e
ali orava.
36 - E seguiram-no Simão e os
que com ele estavam.
37 - E, achando-o, lhe
disseram: Todos te buscam.
38 - E ele lhes disse: Vamos
às aldeias vizinhas, para que eu ali também pregue, porque para isso vim.
39 - E pregava nas sinagogas
deles, por toda a Galileia, e expulsava os demônios.
40 - E aproximou-se dele um
leproso, que, rogando-lhe e pondo-se de joelhos diante dele, lhe dizia: Se
queres, bem podes limpar-me.
41 - E Jesus, movido de
grande compaixão, estendeu a mão, e tocou-o, e disse-lhe: Quero, se limpo!
42 - E, tendo ele dito isso,
logo a lepra desapareceu, e ficou limpo.
43 - E, advertindo-o
severamente, logo o despediu.
44 - E disse-lhe: Olha, não
digas nada a ninguém; porém vai, mostra-te ao sacerdote e oferece pela tua
purificação o que Moisés determinou, para lhes servir de testemunho.
45 - Mas, tendo ele saído,
começou a apregoar muitas coisas e a divulgar o que acontecera; de sorte que
Jesus já não podia entrar publicamente na cidade, mas conservava-se fora em
lugares desertos; e de todas as partes iam ter com ele.
INTERAÇÃO
A palavra vaidade no meio evangélico,
muitas vezes, é compreendida de maneira equivocada. Além de significar
biblicamente, e de acordo com Salomão, “tudo o que passa” (Ec 1.2; 12.8); a
palavra “vaidade” aponta para a ideia de hipervalorização pessoal: a busca
intensa de reconhecimento e admiração dos outros. É o desejo intenso do poder
pelo poder; das riquezas pelas riquezas; da fama pela fama. Isso sim, é o pleno
mundanismo batendo nas portas de muitos arraias evangélicos! Verdadeiramente,
essa não é a verdadeira motivação do crente. E muito menos a do Evangelho de
Jesus de Nazaré!
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·
Compreender qual deve ser a verdadeira motivação do crente.
·
Conscientizar-se de que não fomos chamados para a fama.
·
Saber que o anonimato não é sinônimo de derrota.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Leve para a classe jornais e revistas antigos. Distribua entre
os alunos e peça para pesquisarem reportagens e figuras de pessoas “famosas”
(artistas, cantores de música gospel, pregadores, políticos, etc.) de cunho
secular e evangélico. Depois, peça que os alunos comentem as figuras e em
seguida discuta com a classe as seguintes questões: “O que é fama?”. “Qual a
diferença entre ser famoso e ser bem-sucedido?”. Conclua explicando que devemos
seguir o exemplo de Jesus. Ele nunca buscou a fama e até incentivou a prática
anônima da vida cristã. O anonimato não é sinônimo de derrota.
Palavra
Chave
Motivação: Ato ou efeito de
motivar; motivo, causa.
Subsídio Bibliológico
“Os Apelos da
Consciência
O apóstolo Paulo entendeu a ligação entre uma consciência cristã
e uma mente espiritual. Ele escreveu: ‘Mas o que é espiritual discerne bem
tudo, e ele de ninguém é discernido. Porque quem conheceu a mente do Senhor,
para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo’ (1 Co 2.15,16). O
cristão que tem a mente de Cristo conhece a sua vontade e seu propósito, por
isso ele aprende a viver com uma consciência dos valores morais e espirituais
estabelecidos por sua Palavra. Quando praticamos alguma ação, dizemos uma
palavra, pensamos algo ou adotamos alguma atitude, devemos agir com uma mente
espiritual. Ao avaliar essas várias situações, nossa consciência acenderá sua
luz verde ou vermelha, concordando ou discordando; acusando ou defendendo. O
julgamento da consciência será de acordo com o senso de justiça que a estiver
dominando, se estiver purificada, jamais ela concordará com o erro; se
contaminada, ela não conseguirá julgar corretamente. Devemos sempre comparar
nossas ações à luz da justiça que a Bíblia apresenta. Nossas ações devem
corresponder à uma consciência baseada na Palavra de Deus (2 Tm 3.16,17)” (CABRAL,
E. A Síndrome do Canto do
Galo: Consciência Cristã —
Um desafio à ética dos tempos modernos. 1.ed.,
RJ: CPAD, 2000, p.134).
INTRODUÇÃO
Vivemos numa sociedade onde o ter sobrepõe-se ao ser. Sofremos
pressões diárias para vivermos de forma materialista. Fama, poder e influência
política procuram atrair-nos. No entanto, quando a pessoa acostumada à fama e
ao poder cai no anonimato, perde o total controle da situação. Ela percebe não
ser mais o centro das atenções. Nesta lição, estudaremos como o crente deve
lidar com o anonimato em sua vida. Certamente não é a vontade de Deus que seus
filhos busquem o estrelato terreno, mas o verdadeiro sentido de viver à luz do
exemplo de simplicidade evidenciado na vida de Jesus de Nazaré.
I.
A VERDADEIRA MOTIVAÇÃO DO CRENTE
1. O crente fiel dispensa a vaidade. Além de significar o que é “vão” ou “aparência ilusória”, o
termo vaidade, segundo o dicionário Houaiss, designa a ideia de “valorização
que se atribui à própria aparência”. É o desejo intenso de a pessoa ser
reconhecida e admirada pelos outros. Isso é vaidade! E a motivação
verdadeiramente cristã a dispensa. Quando lemos as Sagradas Escrituras
percebemos que “o buscar a glória para si” é algo absolutamente rechaçado pela
Palavra de Deus (Jo 3.30). A Palavra revela que o servo de Cristo não deve, em
hipótese alguma, ser motivado por essa cobiça (Mc 9.30-37).
2. O crente fiel não deseja o primeiro
lugar. Ao lançar mão de uma criança e apresentá-la
entre os discípulos, ensinava o Senhor Jesus uma extraordinária lição: no
coração do verdadeiro discípulo deve haver a mesma inocência e sinceridade de
um infante (Mc 9.36). Entre os seguidores do Mestre não pode haver espaço para
disputas, intrigas e contendas. No Reino de Deus, quem deseja ser o “primeiro”
revela-se egoísta, mas quem procura servir ao próximo é chamado pelo Mestre
para ser o primeiro (Mc 10.42-45). Aqui, se estabelece a diferença entre o
vocacionado por Deus e o chamado pelo homem.
3. O crente fiel não se porta soberbamente. O livro de Provérbios demonstra com abundantes exemplos e
contundentes palavras do que o ser humano é capaz quando o seu coração é
dominado pela soberba e pelo desejo desenfreado pela fama (Pv 6.16-19; 8.13).
Ele “se apressa em fazer perversidade”; “usa de língua mentirosa”; “semeia
contendas entre irmãos”; e, “com olhos altivos”, assiste as consequências dos
seus atos sem pestanejar, arrepender-se ou sensibilizar-se. Isso,
absolutamente, não é a verdadeira motivação do crente fiel! Pelo contrário, a
motivação do discípulo do Meigo Nazareno está em servir ao Senhor com um coração
íntegro e sincero diante de Deus e dos homens (Jo 13.34,35).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A verdadeira motivação
cristã dispensa a vaidade, não deseja o primeiro lugar e não se porta
soberbamente.
II.
NÃO FOMOS CHAMADOS PARA A FAMA
1. O que é fama. É o conceito (bom ou mau) formado por determinado grupo em
relação a uma pessoa. Para que tal conceito seja formado em relação a si, é
preciso tornar-se o centro das atenções. Lamentavelmente, a síndrome de
“celebridade” chegou aos arraiais evangélicos. Porém, é preciso refletir: O ser
humano, criado por Deus, foi feito para a fama? O homem, como o centro das
atenções, é algo cristão? Uma classe de privilegiados e outra de meros
coadjuvantes é projeto de Deus à sua Igreja? Desenvolver o poder de influência
política e midiática, segundo as categorias desse mundo, é expandir o reino
divino? Uma breve meditação em poucos textos bíblicos seria o bastante para
verificarmos que a resposta a todas essas indagações é “não” (Jo 3.30; 5.30;
8.50; Rm 12.16; 2 Co 11.30).
2. O problema. O espaço na mídia oferece a ilusão de que podemos obter sucesso
imediato em todas as coisas, gerando em muitos corações, até mesmo de crentes,
uma aspiração narcisista pelo sucesso (2 Tm 3.1-5). Cuidado! Quando a fama sobe
à cabeça, a graça de Deus desaparece do coração! Buscar desenfreadamente a fama
é a maior tragédia na vida do crente. Este, logo perde a essência da alma e a
sua verdadeira identidade cristã. Nessa perspectiva, o Evangelho declara:
“Porque que aproveita ao homem granjear o mundo todo, perdendo-se ou
prejudicando-se a si mesmo?” (Lc 9.25).
SINOPSE
DO TÓPICO (II)
O ser humano, criado por Deus, não foi feito para a fama.
O ser humano, criado por Deus, não foi feito para a fama.
III.
O ANONIMATO NÃO É SINÔNIMO DE DERROTA
1. A verdadeira sabedoria. O livro de Eclesiastes relata a história de um pobre homem sábio
que livrou a sua cidade das mãos de um rei opressor (Ec 9.13-18). No entanto, o
povo logo o esqueceu. Ele, porém, não deu importância alguma para isso, pois o
que mais queria era livrar, de uma vez por todas, a sua querida cidade das mãos
do tirano. A fama e o desejo de ser reconhecido passavam longe do seu coração.
Afinal, o que caracteriza a verdadeira sabedoria é o “temor do Senhor” (Pv
1.7).
2. A simplicidade. O maior exemplo de simplicidade e equilíbrio temos na vida de
Jesus de Nazaré. A leitura bíblica em classe descreve-nos a sábia atitude de
Jesus em não deixar-se seduzir pela fama e retirar-se na hora apropriada. O
Nazareno sabia exatamente da sua missão a cumprir (Jo 5.30). Quando percebeu
que a multidão desejava fazer dEle um referencial de fama, Cristo retirou-se
para não comprometer a sua missão (Mc 1.45). O Mestre é o nosso maior exemplo
de simplicidade e equilíbrio no trato com as multidões. Enquanto estas o
procuravam, Ele se refugiava em lugares desérticos (Mt 14.13; Mc 1.45).
3. O equilíbrio. No mundo contemporâneo, somos pressionados a sermos sempre os
melhores em todas as coisas. O Evangelho, entretanto, oferece-nos a
oportunidade de retirarmos de sobre nós esse fardo mundano (Mt 11.30). Você não
precisa viver o estresse de ser quem não é! Você deve tornar-se o que o Senhor
o chamou para ser. Não tente provar nada a ninguém. O Filho de Deus conhece-nos
por dentro e por fora. Ele sabe as nossas intenções, pensamentos e desejos mais
íntimos. Não se transforme num ser que você não é só para ganhar fama. A ilusão
midiática não passa disso — é apenas uma ilusão! Nunca foi a vontade de Jesus
que seus filhos se curvassem à fama, ao sucesso, à riqueza ou ao poder. Façamos
o contrário, prostrando-nos aos pés de Cristo e fazendo do Calvário o nosso verdadeiro
esteio. Se há alguma coisa em que devemos gloriar-nos, que seja na Cruz de
Cristo (1 Co 2.2; Gl 6.14).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A verdadeira sabedoria
cristã consiste na simplicidade e no equilíbrio (bom senso) das coisas.
CONCLUSÃO
Como estudamos na lição de hoje, a fama não pode ser a motivação
do crente. E o anonimato não significa derrota alguma para aqueles que estão em
Cristo Jesus. O Meigo Nazareno chega a incentivar a prática anônima da vida
cristã (Mt 6.1-4). A pureza, a simplicidade e a sinceridade são os valores do
Reino de Deus que nem sempre são entendidos pelos incrédulos. Todavia, somos
chamados a manifestar esses valores em nossa vida. Portanto, não se preocupe
com o anonimato, mas seja o seu desejo em agradar ao Senhor que criou os céus e
a terra. Pois estes manifestam a sua existência e provam que Ele esquadrinha as
intenções dos nossos pensamentos e corações.
VOCABULÁRIO
Síndrome: Conjunto de sinais e sintomas observáveis em diferentes
processos patológicos (doenças) sem causa específica.
Mídia: Conjunto dos meios
de comunicação social de massas [televisão, jornal, revistas, internet, etc.].
Narcisista: Aquele voltado
para si mesmo; para a própria imagem.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
LIMA,
E. R. Ética Cristã: Confrontando as questões morais do
nosso tempo. 1.ed., RJ: CPAD,
2002.
CABRAL, E. A Síndrome do Canto do Galo: Consciência Cristã — Um desafio à ética dos tempos modernos. 1.ed., RJ: CPAD, 2000.
CABRAL, E. A Síndrome do Canto do Galo: Consciência Cristã — Um desafio à ética dos tempos modernos. 1.ed., RJ: CPAD, 2000.
EXERCÍCIOS
1. O que é vaidade?
R. É a ideia de valorização
que se atribui à própria aparência. É o desejo intenso de a pessoa ser
reconhecida e admirada pelos outros.
2. Defina fama.
R. É o conceito (bom ou mau)
formado por determinado grupo em relação a uma pessoa. Para que tal conceito
seja formado em relação a si, é preciso tornar-se o centro das atenções.
3. De acordo com a lição, que
história o livro de Eclesiastes narra?
R. O livro de Eclesiastes
relata a história de um pobre homem sábio que livrou a sua cidade das mãos de
um rei opressor (Ec 9.13-18).
4. Qual o maior exemplo que
temos de simplicidade e equilíbrio?
R. O da vida de Jesus de
Nazaré.
5. Você tem sido atraído (a)
pela ilusão midiática?
R. Resposta pessoal.
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